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Osodrac Team Escreveu:Olá.
A nossa peregrinação, inicialmente, estava prevista para ter 7 etapas que seriam: Lamego, Castro Daire, Viseu, Santa Comba Dão, Coimbra, Pombal e Fátima. Saída de Vila Real na madrugada do dia 5, com chegada a Fátima no dia 11. Tínhamos, assim, um dia a mais para, caso fosse necessário, por força de algum imponderável, dividir alguma das etapas a meio e termos tempo de chegar para as cerimónias do dia 12.
Algum tempo antes, como todos os 16 elementos do grupo, uns mais, outros menos, preparamo-nos para os 286,5 kms (registado em Gps) que nos separavam do Santuário. Eu e a minha esposa, no tempo livre de que dispúnhamos, fizemos 200kms divididos por troços de 15 a 20 kms. Começar a trabalhar a parte muscular, adaptarmo-nos ao novo e bom calçado que temos que ter e ao tipo de piso que vamos trilhar é, talvez, a parte mais importante.
As etapas foram todas iniciadas de madrugada, para aproveitar horas de menor calor e de menor tráfego automóvel, assim distribuídas por local, hora de saída, hora de chegada, total de kms, média de velocidade:
1ª: Vila Real/Lamego – 05:15;12:42 – 35,541km – 4,77km/h
2ª: Lamego/Castro Daire – 04:00;10:49 – 31,790km – 4,66km/h
3ª: Castro Daire/Viseu – 04:15;12:40 – 36,288km – 4,31km/h
4ª: Viseu/Santa Comba Dão – 04:15;16:20 – 47,960km – 3,97km/h
5ª: Santa Comba Dão/Pampilhosa – 02:30;13:30 – 36,972km – 3,36km/h
6ª: Pampilhosa/Vale de Janes – 02:55;13:20 – 36,603km – 3,51km/h
7ª: Vale de Janes/Meirinhas de Baixo – 04:15;14:25 – 32,990km – 3,24km/h
8ª: Meirinhas de Baixo/Fátima – 03:30;15:15 – 28,292km – 2,4km/h
Como se pode ver, cumprimos o estipulado até à 4ª etapa e, como previsto, as outras etapas foram divididas em mais um dia. Nos tempos mencionados estão incluídos, claro, os tempos de paragem quer para alimentação, quer para assistência aos que, aos poucos, iam apresentando algumas mazelas como dores musculares e bolhas nos pés. As duas últimas etapas foram penosas. Duas camaradas mal se conseguiam arrastar tal era o mau estado em que os seus pés se apresentavam. Uma delas ia para cumprir promessa. Como grupo, não íamos deixar ninguém para trás. Ninguém ficou.
A acrescentar às dificuldades físicas, há a questão do tráfego automóvel. Apesar de bem identificados com coletes reflectores e com lanternas/focos frontais durante a noite, ainda existe muito “bom” condutor que não respeita os peregrinos. No IC2, por exemplo, o trânsito de veículos pesados é caótico. Formam-se autênticos comboios que nos fazem tangentes de arrepiar. Felizmente, não houve qualquer problema físico que daí adviesse.
Mas foi, sem dúvida, uma experiência que perdurará na nossa memória. Uma experiência em que vimos até onde o sacrifício humano pode chegar; até onde um grupo se pode ajudar mutuamente para conseguir um objectivo.
E o lenitivo que precisávamos surgiu quando pisamos o recinto do Santuário. Entre abraços, lágrimas a correr em todas as faces e o choro compulsivo de alguns, tínhamos a N.ª Sr.ª de Fátima diante de nós. Tínhamos cumprido o nosso propósito.
Ah… faltam as caches. Fizemos uma em Castro Daire, Viseu, Coimbra, Pombal e duas em Fátima. Não deu para mais. Também não era essa a nossa meta.
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