Estacionei o carro e deixei a cadela sair, ela lá foi à sua vida, marcar um pouco o território.
Lá andei a tratar das coisas para esconder a cache, quando noto a falta dela. Até aqui tudo normal pensei eu, foi fazer uma mijazita ali à frente e já volta. Como comecei a achar estranho fui ver se a via... mas nem sinal dela.
Quando volto para o carro, começo a ouvir uns ruídos. Era ela dentro de água a ganir!! A idade não perdoa e coitada já não tem visão de antigamente. Ainda deu um mergulho de uns 3 metros, pois estava maré baixa.
Via-se nos olhos do bicho a aflição e quase implorava para alguém a tirar de lá. "E agora como a tiro de lá??", pensei eu. Estávamos numa zona longe da praia da lavandeiras, ou de qualquer escada, também não tinha nada comigo para a tirar lá. Lá descobri uma daquelas escadas verticais, na parede do cais. Com algum cuidado lá desci até onde podia, e tentei chamar a cadela para perto de mim, pois ainda estava a vários metros de distância. Ela não parecia estar com muita vontade, mas passado algum tempo lá perdeu o medo e veio a nadar até mim.
Mas os problemas não ficam por aqui, a escada não ia até ao nível da água, ainda ficava a quase um metro. Se tentava descer mais arriscava-me a cair eu também e não conseguir sair de lá, principalmente com a cadela debaixo do braço.
Nesta altura uma senhora que por ali passava tentava-me dar algum apoio mas obviamente pouco conseguia ajudar. Acabou por aparecer um senhor que morava ali ao pé (vim a saber depois que era bombeiro

A cadela não ganhou para o susto, e saiu de lá a tremer por todos os lados. Pudera aguentou-se talvez uma meia hora a nadar no Tejo. Afinal não são só os gatos que têm sete vidas... esta já vai pelo menos na segunda.
Eu para além de algumas feridas nas mãos, e da roupa molhada, ganhei uma história para contar.